Paul Verlaine e Arthur Rimbaud por José Miguel Wisnik
Soneto do olho-do-cú
"as duas primeiras estrofes
são de Paul Verlaine
e as duas últimas
de Arthur Rimbaud"
Obscuro e franzido como um cravo roxo,
Humilde ele respira escondido na espuma,
Úmido ainda do amor que pelas curvas suaves
Dos glúteos brancos desce à orla de sua auréola.
Uns filamentos como lágrimas de leite,
Choraram ao vento inclemente que os expulsa,
Passando por calhaus de uma argila vermelha,
Para escorrer por fim ao longo das encostas.
Muita vez minha boca uniu-se a esta ventosa,
Sem poder ter o coito material, minha alma
Fez dele um lacrimário, um ninho de soluços.
Ele é a tonta azeitona, a flauta carinhosa,
Tubo por onde desce a divina pralina,
Canaã feminino que eclode na umidade
Paul Verlaine e Arthur Rimbaud
Alterações: Zé Celso Martinês e Marcelo Drummond
Para fazer download:
http://www.badongo.com/file/1789500
Poesias Musicadas
"[...] poesia também é oral no sentido em que, com raras exceções, ou ela consiste em letra de música - o que significa a palavra cantada - ou ela fica melhor quando lida em voz alta." Antonio Cicero
2 Comentários:
Thiago, de quem é a tradução? sensacional...rs!abraços...namaste
Pelo que procurei na net a tradução foi feita pelo diretor de teatro Zé Celso Martinês e pelo ator Marcelo Drummond.
Ficou realmente bom... hehehehe. Valeu. Abraço.
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