quinta-feira, outubro 22, 2009


Bertold Brecht por MPB4 para Ópera do Malandro

O Malandro
(Versão livre de Chico Buarque para Die moritat von mackie messer ou Mack the Knife)

O malandro/Na dureza
Senta à mesa/Do café
Bebe um gole/De cachaça
Acha graça/E dá no pé

O garçom/No prejuízo
Sem sorriso/Sem freguês
De passagem/Pela caixa
Dá uma baixa/No português

O galego/Acha estranho
Que o seu ganho/Tá um horror
Pega o lápis/Soma os canos
Passa os danos/Pro distribuidor

Mas o frete/Vê que ao todo
Há engodo/Nos papéis
E pra cima/Do alambique
Dá um trambique/De cem mil réis

O usineiro/Nessa luta
Grita "ponte que o partiu"
Não é idiota/Trunca a nota
Lesa o Banco/Do Brasil

Nosso banco/Tá cotado
No mercado/Exterior
Então taxa/A cachaça
A um preço/Assutador

Mas os ianques/Com seus tanques
Têm bem mais o/Que fazer
E proíbem/Os soldados
Aliados/De beber

A cachaça/Tá parada
Rejeitada/No barril
O alambique/Tem chilique
Contra o Banco/Do Brasil

O usineiro/Faz barulho
Com orgulho/De produtor
Mas a sua/Raiva cega
Descarrega/No carregador

Este chega/Pro galego
Nega arrego/Cobra mais
A cachaça/Tá de graça
Mas o frete/Como é que faz?

O galego/Tá apertado
Pro seu lado/Não tá bom
Então deixa/Congelada
A mesada/Do garçom

O garçom vê/Um malandro
Sai gritando/Pega ladrão
E o malandro/Autuado
É julgado e condenado culpado
Pela situação

por MPB4:

2 Comentários:

Às 9:29 da manhã , Anonymous camila bravim disse...

não acreditava que estaria viva pra ver vc reativar o blog, rsrs, ainda mais agora que imagino que esteja terminando o mestrado!!!
fiquei curiosa pra ver a versão do poema de brecht, tanto na lingua de origem quanto uma versão mais fiel em portugues.

bjs bjs

Camila

 
Às 11:28 da manhã , Blogger Sueli Maia (Mai) disse...

Li um comentário teu e vim conferir.
Gostei de ler e sentir.

Abraços,

 

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