quarta-feira, outubro 21, 2009


Vinicius de Moraes e Maria Bethânia

Poética I / O Astronauta

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem.

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.

Quando me pergunto
Se você existe mesmo amor
Entro logo em órbita
No espaço de mim mesmo, amor

Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vênus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor

O astronauta ao menos
Viu que a Terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor

Mas você, sei lá
Você é uma mulher
Sim, você é linda
Porque é.

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite tardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem.

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.

Quando me pergunto
Se você existe mesmo amor
Entro logo em órbita
No espaço de mim mesmo, amor

Será que por acaso
A flor sabe que é flor
E a estrela Vênus
Sabe ao menos
Porque brilha mais bonita, amor

O astronauta ao menos
Viu que a Terra é toda azul, amor
Isso é bom saber
Porque é bom morar no azul, amor

Mas você, sei lá
Você é uma mulher
Sim, você é linda
Porque é.

1 Comentários:

Às 8:07 da manhã , Blogger Marcelo Mayer disse...

eu só conhecia o vinicius bossanovista e sambista. foi por causa deste soneto, poética I, que me interessei ainda mais. lembro muito bem d dia. tava na biblioteca do alves aranha, cara! haha

mandou bem! abraços!

 

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