sábado, agosto 05, 2006

Fernando Pessoa por Caetano Veloso

III. PADRÃO
(Segunda Parte: Mar
Portuguez)


O esforço é grande e o homem é pequeno.
Eu, Diogo Cão, navegador, deixei
Este padrão ao pé do areal moreno
E para diante naveguei.
A alma é divina e a obra é imperfeita.
Este padrão sinala ao vento e aos céus
Que, da obra ousada, é minha a parte feita:
O por-fazer é só com Deus.

E ao imenso e possível oceano
Ensinam estas Quinas, que aqui vês,
Que o mar com fim será grego ou romano:
O mar sem fim é português.

E a Cruz ao alto diz que o que me há na alma
E faz a febre em mim de navegar
Só encontrará de Deus na eterna calma
O porto sempre por achar.

Fernando Pessoa

Para fazer download:
http://www.badongo.com/file/1177355
ou
http://rapidshare.de/files/28230766/Poema_Padr_o.mp3.html

*Contribuição de Rejane Martins. Obrigados.

1 Comentários:

Às 12:14 da manhã , Blogger Thiago Nascimento disse...

Mar Portuguez: claro que o vocábulo português não é escrito com "guez". Já foi. [...] A expressão faz parte do poema Mensagem, que canta a "possessio maris". Todas as reedições das obras de Fernando Pessoa mantêm determinadas expressões de Mensagem à antiga, como esta, o Mar Portuguez, assim mesmo, de antigamente, Occidente e Oriente.
http://www.secrel.com.br/Jpoesia/1fpessoa013p.html

 

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